quarta-feira, 18 de abril de 2012

ANARQUISMO NO PARANÁ

Arnoldo Monteiro Bach e Luiz Fernando Roscoche
por Luiz Fernando Roscoche 

Aconteceu no dia 14 de abril, o I Simpósio da Colônia Cecília, (única experiência anarquista ocorrida no inicio de 1890 no município de Palmeira -PR). O evento  contou com o apoio do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Espaço Cultural Sítio Minguinho, Associação Italo Brasileira de Palmeira, Academia de Letras dos Campos Gerais e Prefeitura Municipal de Palmeira.
Na ocasião o escritor, radialista e professor Arnoldo Monteiro Bach falou sobre o entrelaçamento de seus vários livros e especialmente de sua obra (com mais de mil páginas) recém lançada, intitulada Colônia Cecília. Arnoldo é autor de vários livros como: Carroções; Alemães do Volga no Pugas; Contos Fantáticos, Carroções: Outras Histórias; Porcadeiros; Vapores e outros.  
O evento contou com mais de 50 participantes, entre eles professores, pesquisadores, jornalistas, descendentes dos italianos anarquista, além de entusiastas da temática. 
Livro Colônia Cecília
Profa. Dra. Helena Isabel Mueller
O evento também contou com uma exposição da profa. Dra. Helena Isabel Mueller do departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa, que falou sobre o movimento anarquista no mundo e em especial sobre a Colônia Cecília. A profa. que realizou o mestrado em História na University of Pittsburgh, também trabalhou a temática do anaquismo em sua tese de doutorado defendida na USP em 1990 com o título: FLORES AOS REBELDES QUE FALHARAM. Giovanni Rossi e a utopia anarquista: Colônia Cecília.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o memorial da Colónia Cecília. Neste local, realizou-se um debate sobre a experiência anarquista ocorrida em Palmeira e sua constribuição e influencia em outras esferas da sociedade. Outros espaços culturais também foram visitados pelos participantes. 


O ESPAÇO CULTUIRAL SÍTIO MINGUINHO
Bodega do Sítio MInguinho (foto: Gazeta do Povo)
O sítio Minguinho conta com uma casa típica dos imigrantes alemães do Volga. Residencia esta toda ornamentada com utensilios da época. Outro espaço é uma réplica da Escola Pública de Pugas, também com mapas e bancos escolares utilizados na época pelos imigrantes.
Segundo o jornal Gazeta do Povo "uma das atrações mais apreciadas durante as visitas é a bodega, que pertencia a Bárbara e José Cardoso Monteiro, ambos alemães de Pugas". Nesse local os visitantes encontram desde utensílios domesticos, remédios, ferramentas e outros objetos comercializados na época nesses locais. 
Um dos pontos intessantes do Sítio Minguinho é o resgate da história de personagens quase anonimos para história oficial, mas que são grandes personagens na história local. Outro exemplo disso é a réplica da selaria de Hugo Krambeck, hoje com 85 anos e aposentado do oficio. É possível encontrar no local várias fôrmas de sapato, martelos e outros utensilios utilizados para o oficio. 
Na ferraria reconstituida por Arnoldo é possível encontrar além dos utensilios utilizados pelo ferreiros, também  alguns produtos de seu trabalho como um carroção, emplacado em 1932, que servia para transportar erva-mate, produto da economia dos alemães. Na ferraria Arnoldo explica como eram construídos os carroções e como estes contribuíram para o desenvolvimento econômico da região.  De acordo com ele, os carroções começaram a serem utilizados no Paraná em 1880 e até meados de 40 ainda serviam para fazer o transporte de mercadorias. 
Outro espaço lembra o oficio dos barbeiros, mais especificamente de Paulo Bach, que trabalhou entre 1948 e 2000. "O salão é uma das réplicas mais fidedignas do comércio que existia na colônia. Arnoldo era primo de Paulo e, por isso, conseguiu resgatar todas as peças, inclusive as duas poltronas do salão – o peso delas não deixa mentir, o pé é mesmo feito de ferro". (Gazeta do Povo). 
No local ainda exite um barbaquá, complexo utilizado para moagem e secagem da erva-mate e também partes de um moinho de cereais. 
O Espaço Cultural Sítio Minguinho é considerado um dos espaços mais ricos e bem organizados na região dos Campos Gerais, recebendo milhares de visitantes anulamente, inclusive estrangeiros. 

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