domingo, 20 de fevereiro de 2011

Na Boca do Lixo

Por Luiz Fernando Roscoche


Para aqueles que pensavam que os impactos dos fluxos migratórios das pessoas em busca de empregos só aconteceriam depois da vinda da Hidrelétrica Belo Monte estavam redondamente enganados.
Um dos sinais desse impacto pode ser verificado no sistema de coleta de lixo do município. Relatórios dos meses de junho de 2009, julho de 2010 e dezembro de 2010, conseguidos junto a Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal revelam que o número de “carradas”, ou de veículos lotados de lixo, passou de 922, 1113 e 1237 no período já relatado.
Somente no relatório do mês de dezembro de 2010 foram coletadas mais de 2.796 toneladas de lixo, ou seja, uma média diária de 107 toneladas.
Se dividirmos o total de lixo coletado no mês de dezembro pelo numero de habitantes do ultimo senso do IBGE, teremos uma produção diária per capita de aproximadamente 1 kg de lixo. Claro que as pessoas comuns não produzem um kilo de lixo por dia, em seus domicílios, essa média é elevada pelas empresas, indústrias e outros que produzem grande quantidade de lixo.
Técnicos da CETESB sugerem que cidades que possuem mais de 100 mil habitantes devem gerar no máximo 400 gramas de lixo por dia.
Outro fator agravante, é que os períodos de dezembro, junho e julho podem não ser os períodos de maior produção de lixo, já que muitas pessoas e instituições encontram-se em férias. Assim a geração de lixo ser muito maior nos outros meses do ano.
Conhecendo a realidade
No dia 17 de fevereiro os professores da Faculdade de Geografia, Eder Mileno, Yarnel Campos, Luciana Martins e Luiz Fernando Roscoche, foram conhecer o local onde é realizada a disposição final dos resíduos sólidos de Altamira, o chamado lixão.
Localizada as margens da Rodovia Federal Transamazônica, o lixão é uma visão dantesca. As montanhas de lixo disputam lugar com os urubus e catadores de lixo que arriscam sua saúde nessa atividade.
No local existe uma lagoa onde a água e o chorume se misturam e acabam comprometendo o lençol freático. O chorume deságua em um curso d’água próximo. O lugar é um grande potencial de foco de dengue.
Outro fator que chama a atenção é a mistura dos tipos de lixo, por exemplo, o lixo hospitalar que deveria ter uma destinação mais adequada, é misturado no lixão junto ao lixo doméstico, conforme pode ser verificado na imagem abaixo.

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