terça-feira, 4 de setembro de 2012

TRANSITO EM ALTAMIRA


Por Taiane de Cássia Costa e Vandinei S. Nascimento 

Com o aumento populacional na cidade de Altamira a necessidade de investimentos em infraestrutura torna-se necessário e em caráter de urgência. A cidade que anos atrás já possuía um trânsito desordenado, hoje vive uma situação de caos, apesar das tentativas do poder público em organizar o tráfego das vias de Altamira. Novos semáforos, placas de sinalização e pinturas horizontais fazem parte de um plano de melhorias no trânsito, porém, essa iniciativa feita às pressas, sem um estudo bem definido e campanhas educativas feitas de maneira prévia, faz com que muitos problemas afetem o transito da cidade.  
A equipe do JORGE (Jornal da Geografia) percorreu as principais vias de Altamira para ouvir as pessoas sobre as dificuldades que estão enfrentando no trânsito da cidade, foram ouvidos pedestres, ciclistas, motociclistas e condutores de carro. A pesquisa foi realizada entre os dias 15 de maio a 15 de junho, nas ruas Pedro Gomes, Djalma Dutra e a Rua Sete de setembro. 
Dentre as questões abordadas estão “as principais mudanças no que a população notou nos últimos anos no trânsito de Altamira”, como  a sinalização que outrora não tinha em alguns pontos da cidade, o aumento de veículos, em especial os ônibus que circulam nas ruas estreitas da cidade e o aumento no numero de acidentes. 
Sobre o trabalho do DEMUTRAN, grande parte das pessoas ouvidas disseram que houve melhoras no trabalho do órgão, entretanto o numero de guardas seria insuficiente para suprir a demanda. Os entrevistados observaram que existem pontos críticos na cidade, e esses deveriam contar com a presença de guardas em um período maior. Alguns reclamaram da colocação de semáforos em locais que para eles seriam desnecessários e outras que realmente necessitam desse instrumento por conter um grande fluxo de veículos como, por exemplo, no final da avenida perimetral que dá acesso ao bairro da Brasília, não possui sinalização adequada.
Alguns pedestres relatam que os maiores problemas enfrentados por eles são: o não respeito por parte dos condutores da faixa de pedestres e da sinalização. Calçadas com buracos, desníveis ou congestionadas por veículos estacionados. Lembraram ainda que são poucos os condutores de veículos que dão preferência para os pedestres.
Dentre as soluções apontadas pelos entrevistados para melhoria do trânsito em Altamira, estão: mais faixas de pedestres; maior contingente de guardas de trânsito; calçadas adequadas; ciclovias ou ciclo faixas; mais orientação para pedestres e ciclistas; e a regularização do horário de carga e descarga no centro da cidade.
As infrações de trânsito são corriqueiras na cidade, entrevistados apontaram as que mais presenciadas por eles, dentre as citadas estão: o não respeito do sinal vermelho tanto por condutores quanto por pedestres, estacionar nas calçadas ou em frente às garagens; parar sobre as faixas para pedestres e motociclistas sem capacete ou chinelos.
OPINIÃO DO DEMUTRAN
Procuramos o DEMUTRAN (Departamento Municipal de Trânsito) para obter mais informações sobre o que estar sendo feito para melhorar a trafegabilidade na cidade. Fomos recebidos pelo Diretor Paulo Pantoja e a vice-diretora Lenir Luiza Zortea. 
Sobre a parceria feita pelo órgão com a Empresa Norte Energia, Paulo Pantoja explica que foi feito um estudo preliminar pelo próprio DETRAN para o planejamento do transito na cidade, entretanto não havia recursos do município para arcar com todos os investimentos. Por conta disso, o governo municipal procurou a Norte Energia para uma parceria de cooperação técnica. Através da parceria DEMUTRAN e NESA (Norte Energia S.A) foram adquiridos novos veículos, sinalização das vias, computadores, aquisição de novas viaturas e o aumento no numero de agentes de trânsito. O projeto de trânsito na cidade foi de responsabilidade do DETRAN feito também em parceria com o órgão.
Paulo Pantoja explica que até o ano de 2010 o DEMUTRAN contava com apenas 17 agentes e duas viaturas para a fiscalização do transito na cidade. Com o aumento da população o numero de agentes subiu para 80. Segundo o diretor e a vice-diretora do órgão o atual contingente é suficiente para suprir a demanda, mas como é certo que o numero de veículos irá aumentar, haverá a necessidade de se aumentar também o efetivo do DEMUTRAN. “Uma solução provável poderia ser o monitoramento eletrônico, mas isso é uma ideia que precisa ser trabalhada. Os dados do DENATRAN e estudos do próprio DETRAN/PA preveem o aumento da frota que circula em Altamira para aproximadamente 100 mil veículos. O diretor complementa dizendo que o órgão está fazendo um estudo das demandas que são essenciais para o transito na cidade e que será necessário uma nova negociação com a NESA. Paulo Pantoja já comunicou a Norte Energia sobre a necessidade de uma reunião para traçar planos para o trânsito, mas até a data dessa entrevista não houve resposta da NESA para com o órgão.
O que mais poderia ser feito pra melhorar o transito em Altamira?
Paulo Pantoja explica que a partir do ano de 2009 a frota do município está aumentando em aproximadamente 5 mil veículos ao ano, até maio de 2012 Altamira contava com 31 mil veículos. No atual momento os problemas identificados no transito da cidade são: o aumento do numero de acidentes, congestionamentos e a falta de espaço para estacionamento, o que provocou isso foi a implantação do projeto da construção da hidroelétrica de Belo Monte. Primeiramente o que deve ser feito para melhorar o transito é diagnosticar os problemas através de empresas de consultoria para se ter um embasamento cientifico da situação e propor soluções para os problemas identificados.
 “Nós temos que tomar decisões agora e discutir com o governo municipal,  estadual e federal e o empreendedor para encontrar soluções que minimizem o impacto. Se a gente não resolver isso agora nós iremos ter muitos problemas daqui pra frente”, afirma o diretor.
Os problemas críticos que dificultam o planejamento do transito encontrados nas vias da cidade apontados pelo diretor são: fiação da rede de energia e rede telefônica abaixo do permitido e ainda o fato de que as ruas não foram planejadas para o atual volume de tráfego. 

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