quarta-feira, 25 de julho de 2012

ÍNDIGENAS MANTÉM FUNCIONÁRIOS DA NORTE ENERGIA DETIDOS

por Marcelo Salazar 
Instituto Socio-Ambiuental

Hoje teve início um novo movimento indígena em torno de direitos não atendidos e respostas não fornecidas pelo Consórcio Norte Energia (NESA). Após primeira, de 4 reuniões programadas para discussão do mecanismo de transposição da Barragem principal da AHE Belo Monte, os cerca de 90 indígenas das TIs Paquiçamba e Arara da Volta Grande prenderam um grupo de funcionários da Norte Energia, entre eles um engenheiro, Othon, da equipe de planejamento do mecanismo de transposição de uma empresa sub-contratada, ligado a diretoria de contrução da Norte Energia, Carlos Eduardo da gerência Indígena da Norte Energia de Brasilia e Rafael da empresa Leme Engenharia, também sub-contratada da NESA. Estão também na Aldeia 3 servidores da FUNAI que não estão detidos mas permaneceram no local voluntariamente para acompanhar as negociações. A equipe chegou ontem e fez uma reunião com os indígenas e hoje de manha anunciaram a prisão.

Eles não poderão sair da Aldeia até que todas as condições sejam cumpridas. Acompanharam as reuniões as novas procuradoras do MPF, Dra. Thais e Dra. Neliza que já retornaram a Altamira junto com a Coordenadora regional da FUNAI, Estela, que chegaram a Altamira hoje as 16hs. Iriam acontecer 4 reuniões nas aldeias: Moratu, Bacajá, Pukaiako e na Ilha da Fazenda. Só ocorreu na Aldeia Moratu, todas as outras foram suspensas. 

Segundo Marcelo Salazar na pauta indigena estão a supensão das reuniões sobre o mecanismo de transposição, pois a reunião não esclareceu e não deu resposta para nada. Exigem que devem ir para a aldeia pessoas que possam dar as respostas sobre como ficará a navegação. Um segundo ponto seria  a reinvindicação do compromisso do IBAMA, da FUNAI e da Norte Energia de que a obra no rio (ensecadeira 2a fase) não será continuada enquanto não houver clareza e segurança sobre a transposição, enquanto não forem concluídas as estradas e enquanto não forem cumpridas as condionantes que estão pendentes. O terceiro ponto da pauta indigenas seria a reabertura das negociações com a Norte Energia acerca das propostas colocadas pelas aldeias da Volta Grande na reunião com o seu presidente, Carlos Nascimento sobre a desocupação do canteiro. (Indígenas disseram não ter aceitado as propostas da Norte Energia, mas Nascimento pediu um "voto de confiança" para desocuparem o canteiro do Sitio Pimental e se comprometeu a retornar a Altamira no dia 16 para retomar as negociações. Porém, o mesmo não teria comparecido para realizar as negociações. Os índios teriam redigido uma carta, da qual receberam respostas as quais condieram não satisfatória.
Os indigenas querem ainda a conclusão do sistema de abastecimento de água nas aldeias dessas TIs. (Pois essas aldeias não teriam poço, fato que leva os mesmo a utilizarem água do rio, considerada por eles de má qualidade. Marcelo Salazar explica que quando começou a intervenção no Xingu em janeiro de 2012, os índios denunciaram ao MPF que a qualidade da água estava afetada, foi feita uma vistoria em fev/12 e a Norte Energia assumiu o compromisso de fazer já o sistema de abastacimento de água para as Aldeias - perfuração de poços, caixa d'agua, encanamento, etc. Segundo informações dos indigenas, a obra era para ser concluido em 90 dias, porém, atualmente está pela metade. Os poços teriam sido perfurados mas o sistema não está implantado até o momento. E finalmente os indios requerem a definição sobre a ampliação/revisão da TI Paquiçamba.

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