terça-feira, 31 de julho de 2012

ASTRÔNOMO DA UEPG AJUDA A CALCULAR O DIÂMETRO DO SOL

A medição, a mais precisa já registrada, foi realizada por grupo de cientistas americanos e brasileiros e possui margem de erro de apenas 65 quilômetros. 

Uma parceria entre cientistas americanos e brasileiros conseguiu calcular o diâmetro do Sol com a maior precisão já registrada. Segundo informações do site da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, a margem de erro é de apenas 65 quilômetros. A medição foi realizada com dados de satélite, a partir da observação do trânsito de Mercúrio no espaço. Os resultados da pesquisa serão publicados na revista Astrophysical Journal.

O cientista Marcelo Emílio, diretor do Observatório Astronômico da UEPG, junto a especialistas da Universidade de Stanford e da Universidade do Havaí, ambas nos Estados Unidos, integra o grupo que realizou o cálculo. Eles determinaram o diâmetro solar utilizando o satélite Observatório Solar e Heliosférico (SOHO) e o instrumento Michelson Doppler Imager (MDI), que está a bordo do primeiro. Os dois possuem como missão estudar o Sol.


As medidas obtidas pela pesquisa — que usou dados do trânsito de Mercúrio de 2003 e de 2006 — revelam o momento em que a trajetória do planeta cruza a borda do Sol, o que forneceu os dados necessários para calcular o raio solar, que é de 696.342 quilômetros. O Sol possui então um diâmetro de 1.392.684 quilômetros, medida que pode ter resolvido inconsistências em outros cálculos realizados por telescópios na Terra.


A alta precisão de 65 quilômetros se deve ao fato de as imagens terem sido tiradas do espaço, não havendo a atmosfera da Terra para causar borrões na borda solar e no disco de Mercúrio. Segundo afirmou Marcelo Emílio ao site da UEPG, a precisão obtida por eles se equivale a calcular a altura da Torre Eiffel, na França, com três centímetros de precisão a uma distância de 70 quilômetros. 


De acordo com o cientista, a importância da medição está no fato de que pode auxiliar os astrônomos a entender melhor o interior do Sol, além de definir linhas de observação do brilho deste astro. Este último fator é capaz de prover dados sobre as alterações no Sol em décadas ou períodos maiores. 


Desde junho de 2011, a equipe está trabalhando para redefinir a pesquisa, mas agora de acordo com o trânsito do planeta Vênus, a fim de aumentar ainda mais a precisão das medidas. 

(Fonte: Revista Veja)

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