quinta-feira, 2 de agosto de 2012

PESQUISAS AJUDAM A ATRAIR INVESTIMENTOS PARA O TURISMO NO PARÁ


A principal estratégia para que um destino possa atrair cada vez mais turistas é o conhecimento, por parte dos investidores, do perfil dos visitantes. Seguindo esta lógica, uma pesquisa inédita do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em parceria com a  Confederação Nacional do Turismo (CNtur) traçou um perfil dos turistas e das  ofertas de segmentos do turismo no Brasil. O estudo foi realizado nas cidades de São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Salvador e Belém, visando disponibilizar informações importantes para a elaboração de planos de comunicação, comercialização e formatação de produtos e serviços turísticos.

Os resultados evidenciaram, por exemplo, que o turista brasileiro tem a qualidade do atendimento como elemento fundamental para sua satisfação em uma experiência de viagem. A gastronomia também é pontada como um dos principais aspectos de diferenciação dos destinos e prazer dos turistas. A pesquisa mostra, entretanto, que os turistas brasileiros ainda têm percepção negativa quanto a alguns pontos do turismo no país, como o preço elevado da viagem, e desejam melhorias na relação com os prestadores de serviços do setor.

Consciente da importância do conhecimento do perfil dos turistas que visitam o Pará, que podem chegar a 1 milhão de visitantes em 2012, superando os 770 mil que estiveram no estado em 2011, a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e a Companhia Paraense de Turismo (Paratur) também utilizam a mesma estratégia. Pelo menos 7 pesquisas subsidiaram o Plano Ver-o-Pará (Plano Estratégico de Turismo  do Pará), lançado ano passado pelo Governo do Estado. Como resultado dessas pesquisas foram identificados, por exemplo, a avaliação do destino Pará, o grau de satisfação dos turistas, a situação da comercialização do destino no mercado nacional e internacional. Na mesma perspectiva também foram pesquisadas a cor e a palavra que melhor identificam o Pará, o que foi fundamental para a criação da marca turística do estado, inspirada na cor e derivados do açaí e em aspectos das culturas marajoara, tapajônica e araguaia, a partir de grafismos dessas culturas.

Para complementar os dados do Plano Ver-o-Pará, o Governo do Estado, através da Setur, também vai implantar um novo sistema de estatísticas do turismo no Pará. A ação de implementação do sistema, que será feita pela Diretoria de Políticas Públicas Para o Turismo da Setur,  envolve pesquisas de demanda e de mercado, eventos, aplicação de questionários nos PITs (postos de informações turísticas), observatório do turismo paraense, núcleos de estudos regionais do turismo, mapeamento dos meios de hospedagem, treinamento para produção de indicadores da hotelaria com os meios de hospedagem, produção de um banco de dados do turismo, entre outros dados.

Álvaro do Espírito Santo, diretor de Políticas Públicas para o Turismo, explica que entre 1980 e 2012 houve uma clara evolução na percepção do turismo como atividade econômica, já que antes a visão era de uma atividade de lazer de uma determinada classe social dominante, uma minoria privilegiada economicamente.
“Isso fazia com que a política pública do turismo não fosse priorizada com  investimentos públicos pelo receio de ser interpretado pela sociedade erradamente por privilegiar apenas essa classe social. Hoje a situação é diferente, o turismo é encarado como negócio, como atividade econômica importante. Um exemplo dessa mudança é o Prodetur (Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo), através do qual o gestor público pode captar recursos para estradas, saneamento, energia elétrica, entre outras melhorias que contribuem com o desenvolvimento do turismo”, diz Álvaro.

Álvaro justifica a pesquisa como um instrumento capaz de mostrar para a sociedade a importância do setor para o desenvolvimento, inclusive sustentável, da economia do Brasil. “Para avançar nesse processo, o turismo como política pública tem a pesquisa como insumo para o gestor demonstrar que é muito bom para a sociedade ver o turismo como um bom negócio e que por isso deve receber recursos públicos”.

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