terça-feira, 26 de outubro de 2010

A Verdadeira Crise

Afinal qual é a verdadeira crise? Uma rápida navegada pela internet ou uma ligeira troca de canais na televisão nos mostrarão um monte de “especialistas” dando suas opiniões sobre qual seria a verdadeira crise. Economistas diriam que a crise é e sempre foi econômica, os ambientalistas diriam que a verdadeira crise é a ambiental, outros diriam que se trata de um crise política, cultural, antropológica, etc.
O fato é que enfrentamos uma crise em quase todos os setores de nossa sociedade. Um médico que deveria promover a fertilização em mulheres é acusado de assédio sexual. Os políticos a quem elegemos como nossos representantes maiores, que deveriam ser o exemplo de respeito e ética são acusados de atos secretos, contratação de parentes, desvios de verbas e outros tantos crimes. Nossos líderes religiosos que deveriam nos conduzir em busca de elevação espiritual se aproveitam da ingenuidade de seus fiéis e operam como verdadeiros bandidos roubando suas economias.
Na família os problemas são tantos que é quase impossível enumerá-los, todavia, o desrespeito parece o maior e mais grave dos problemas. Violência moral e física permeiam lares no mundo inteiro. Pais que abusam de sua autoridade, filhos que não possuem o menor respeito para com os seus pais ou por quem quer que seja.
Nas escolas os jovens querem somente o “diploma”, o conhecimento é o tipo de produto que eles pagam e não querem receber. Os pais não cobram dos filhos a aprendizado, cobram notas, da mesma forma muitas escolas estão somente preocupadas com o nível de aprovação nem se importando se realmente estão formando cidadãos ou meros receptáculos de informações. Muito conhecimento técnico é ministrado nas escolas e universidade e muito pouco se fala sobre ética.
Nos relacionamentos afetivos nos tratamos como “coisas”, tratamos o sexo oposto como um utensílio que possui uma função por determinado tempo. Realizamos um “teste-drive”, ou como diriam os mais jovens “ficamos” com a pessoa uma, duas, três vezes, mas tudo sem compromisso algum. Assim como segue a moda seguem os relacionamentos, como coisas que pode ser adquiridas, usadas e jogadas fora conforme nosso bel prazer.
Parece que os valores se inverteram e a verdadeira crise que se abate sobre nós é a crise de valores. Corrijam-me se estiver errado, neste “novo dicionário moderno” parece não haver lugar para palavras como respeito, solidariedade, sinceridade, humildade, compaixão, compromisso, fidelidade e muitas outras. Ser honesto é o mesmo que ser “burro”, o legal mesmo é ser “malandro”. Se você demonstra respeito você é “careta”. Se é romântico é tido como um bobo. Se demonstra compaixão você é um fraco.
Muitas civilizações que já existiram não tinham o progresso tecnológico que temos hoje mas possuíam um progresso moral que estamos longe de atingir.
A imposição do “progresso” e do avanço tecnológico teve um custo muito alto para todos nós. A tecnologia que prometeu tornarmos pessoas mais livres do trabalho e mais dedicadas a nossa evolução, acabou em alguns casos nos aprisionando ainda mais. Perde- se a consciência do coletivo social.
A máxima “conhece a ti mesmo”, de Sócrates nunca foi tão pertinente para dar o primeiro passo no caminho de uma transformação de valores que resgate o verdadeiro sentido da palavra “humanidade”.
Prof. Me. Luiz Fernando Roscoche – - Prof. da Faculdade de Geografia – Campus de Altamira- Universidade Federal do Pará Elisabeth Roscoche – Profa. da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná

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