quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dilma volta a defender a usina de Belo Monte - REVISTA ÉPOCA

09/08/2011 - 16:21 - Atualizado em 09/08/2011 - 18:20
Dilma volta a defender a usina de Belo Monte

Segundo a presidente, hidrelétrica é "fundamental para o desenvolvimento da região", e não vai alagar terras indígenas. Movimentos locais temem impactos sociais e ambientais da usina

A presidente da República, Dilma Rousseff, voltou a defender a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, principal obra do PAC. Em coluna semanal publicada em vários jornais do país, Dilma disse que o empreendimento é "fundamental para o desenvolvimento da região".

Segundo a presidente, a obra não será prejudicial aos povos indígenas da região. "O reservatório não vai atingir nenhuma das dez terras indígenas da área. Os povos indígenas não serão removidos de suas aldeias", diz Dilma. A usina enfrenta resistência de movimentos socias e dos índios Kayapó.

Dilma também ressaltou os projetos ambientais que o empreendimento deve implementar para atenuar os impactos da obra. "O Estudo de Impacto Ambiental da Usina prevê a implantação de Unidades de Conservação que totalizam 280 mil hectares de florestas. A hidrelétrica terá um canal ou escada de peixes, para não interromper a piracema. E começamos a implementar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingul", afirma.

O projeto de Belo Monte é polêmico. Apesar de o reservatório não alagar terras indígenas, movimentos sociais de oposição à hidrelétrica alertam que a barragem vai secar trechos do rio Xingu que são importantes para índios e ribeirinhos. Esse impacto foi considerado apenas como "indireto" nos estudos de viabilidade da usina.

A obra enfrenta forte resitência de ambientalistas e povos indígenas pelos impactos sociais e ambientais que pode causar, e chegou a instâncias internacionais: a Comissão Interamericana de Diretios Humanos, que faz parta da Organização dos Estados Americanos (OEA), recomendou em abril deste ano que o governo brasileiro interrompesse o processo de licenciamento ambiental e o início das obras. Na semana passada, a ONG Anistia Internacional publicou um estudo, sobre povos indígenas em todo o mundo, dizendo que a obra pode causar "enormes problemas para a sobrevivência" dos povos indígenas.

No mês passado, a reportagem de ÉPOCA esteve em Altamira, interior do Pará, e testemunhou as mudanças que a cidade vive com a chegada do empreendimento. Estima-se que a barragem vai atrair mais de 100 mil pessoas para a região, dobrando o tamanho da cidade. A usina aumenta a renda do município, mas tem um forte impacto social, como aumento de criminalidade e de focos de doenças como dengue e malária.

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