quarta-feira, 13 de junho de 2012

PROJETO DA FACGEO ESTUDA A REDE URBANA DO VALE DO XINGU



Dando continuidade a série de matérias sobre os projetos desenvolvidos na Faculdade de Geografia, Campus de Altamira, o prof. Marcel Padinha apresenta seu projeto de pesquisa que se debruça sobre a questão urbana na região do Xingu. Fazem parte da equipe de pesquisa os acadêmicos do curso de Geografia da Universidade Federal do Pará, Divanir Rodrigues da Silva, Nazaré Pereira Trindade, Silvia Veras de Castro e Jeová Rios. Compoe ainda a equipe de pesquisa a profa. pós-doutora, Janete Marilia Gentil Coimbra de Oliveira (UFPA-Belém).
Segundo o professor seu projeto busca estudar espaços urbanos não metropolitanos. “Interessa-nos aqui a inércia dinâmica de suas conexões (redes), principalmente porque, entende-se que a rede urbana brasileira se apresenta de maneira bastante complexa, carecendo, por conseguinte, de análises e interpretações capazes de contemplar os mais variados aspectos do urbano no Brasil e, de modo particular, na Amazônia”.
Segundo o professor, a cidade de Altamira tem passado por muitas transformações no âmbito sócio espacial nas últimas décadas. Segundo o referencial teórico da área, Altamira teria o que os autores chamam de “uma cidade que exerce responsabilidade territorial”, ou seja, a cidade de Altamira não limitaria sua influência à sua área político-administrativa, mas também  aos outros municípios que formam a unidade sub-regional do Xingu. Em outras palavras, a cidade de Altamira exerce uma função polarizadora na região do sudoeste paraense que foi consolidada na década de 1970 e que se reafirma no momento atual, explica o prof. Padinha.
“Para nós a compreensão, o estudo e análise das cidades amazônicas, espaços que expressam em suas paisagens, graves problemas sócios espaciais (econômico, político, social e ambiental) e, onde “brotam” conflitos de natureza simbólica muito intensa em virtude da correlação estabelecida (ou imposta) pela dinâmica globalizadora entre o local e o global, são importantes para a presente proposta de trabalho”, ressalta o professor.
O objeto da pesquisa, segundo o prof. Marcel “é a dinâmica urbana exercida, em escala inter-regional, pela cidade de Altamira-PA, e os demais municípios da região. Mais precisamente, pretende-se analisar em que está baseada, a polarização de sua “forma-conteúdo”, o distrito-sede, a cidade de Altamira”.
A importância de se estudar o sistema de cidades polarizado por Altamira, segundo a visão do professor busca responder a seguinte problemática de pesquisa: “Quais as mais expressivas modificações impetradas à dinâmica da rede urbana deste conjunto de cidades, tendo em vista a nova e intensa dinâmica promovida pela implantação da UHE Belo Monte no intraurbano de Altamira”?
Na opinião do prof. além da problemática central, outras questões de pesquisa podem ser respondidas com essa pesquisa como, como por exemplo, que responsabilidade territorial caberia à cidade de Altamira mediante este novo quadro social imposto à região do Vale Xingu. Outra questão tentaria elucidar que papéis cumprem as cidades da região do Xingu na rede urbana regional  e finalmente o que definiria o Xingu como uma unidade regional.
Realizar estudo sobre as cidades na Amazônia, tendo a cidade de Altamira como referência no contexto de sua atuação na rede urbana da região do Vale do Xingu. Atitude esta que certamente não perderá de vista a lógica de construção e reprodução das cidades como espaços de produção e reprodução do capital e de novos significados.
O professor finaliza avaliando que as transformações vivenciadas na região como a abertura da transamazônica e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte têm levado Altamira a um processo voraz de reestruturação. “A principal e mais cara obra do governo brasileiro promove alterações rápidas a dinâmica urbana local e altera de forma significativa o cotidiano das pessoas”, poderá o prof. Marcel Padinha. A cidade estaria passando por um processo de mudanças estruturais e conjunturais, onde se verifica a instalação de um ritmo frenético das empresas envolvidas na construção de Belo Monte. Outras alterações estariam ainda na dinâmica interurbana, expressa no aumento do número de normas, pessoas e conflitos.    

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