quinta-feira, 28 de junho de 2012

XINGU+23

Por Taiane de Cássia

Entre os dias 13 e 16 de junho de 2012, foi realizado o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. O evento tinha como objetivo reunir a sociedade para discutir e lutar contra os planos do governo de construir hidrelétricas ao longo do Rio Xingu e Tapajós. O evento ocorreu no mesmo mês que acontece a Rio +20 (A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD) acorrida entre os dias 20 a 22 de junho na cidade do Rio de Janeiro) reunindo os lideres mundiais para discutir um novo modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo.
Foto aérea dos manifestantes formando a frase ‘’Pare Belo Monte’’
O encontro ocorreu na comunidade Santo Antônio a 50 km de Altamira. Estiveram presentes no ato cerca de 300 pessoas, entre ribeirinhos, pescadores da região e indígenas das tribos Juruna, Xipaia, Munduruku e Kayapó dos rios Teles Pires e Tapajós e Tembe da região de Belém, além da participação de ativistas de vários estados do Brasil e de outros países, como da Turquia, Israel, Áustria, Bélgica, Canadá e EUA. Também compareceram ao evento integrantes da comunidade que outrora lá residiam, movimentos sociais, representantes de organizações não governamentais e da comunidade acadêmica.
Durante os quatros dias do evento foram discutido os desafios e a as ações dos atingidos por barragens e desabafos de pessoas que sofrem com o empreendimento de Belo Monte. O evento fortaleceu as discussões sobre o Empreendimento e “deu voz” as pessoas que estão sendo afetadas pela construção da hidroelétrica para que expusessem o seu clamor e suas reivindicações. 
Das 70 famílias que na Vila Santo Antônio residiam restam apenas dez, isso devido às desapropriações compulsórias de seus moradores. Por consequência da construção da ensecadeira, matas que protegem as margens do rio são arrancadas sobrando apenas uma grande área nua de terra no rio.
Diante disto, os pescadores, ribeirinhos e movimentos sociais, promoveram uma audiência pública realizada na Universidade Federal do Pará com a Norte Energia, sendo que esta última não compareceu.
No dia 15 de junho, foi realizada em Altamira por moradores da cidade uma marcha em protesto ao empreendimento. O encontro encerou-se no dia 16 após uma caminhada pela Transamazônica.


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